Oi, genteee! No #VoltandoAosCachos de hoje, trouxe a história da Gabriela de Souza de 18 anos e que mora em Três Corações/MG. Ela tem um perfil no Instagram e um canal no YouTube se vocês quiserem acompanhar. Ela me contou como foi passar pelo processo de transição capilar duas vezes, espero muito que ajude e inspire vocês! Se quiser mandar seu depoimento pra mim também, é só acessar essa página e seguir o passo a passo.
Quando eu era criança minha mãe fazia tranças em mim, pois meu cabelo era considerado muito volumoso para ficar solto e na época o preconceito com cabelos cacheados e crespos ainda era grande, quando eu fiz 8 anos comecei a relaxar meu cabelo. Porém houve um período em que meus pais tiveram dificuldades financeiras e minha mãe não tinha condições de pagar uma cabeleireira, então ela decidiu aplicar o relaxamento. Não sei o que aconteceu durante o procedimento, mas meu cabelo começou a cair sem parar. Nisso eu passei por uma transição capilar mesmo sem saber, pois a raiz crescia natural e as pontas com relaxamento estavam ralas, finas, feias e quebradiças… Não teve jeito, com 9 anos fiz um big chop. Com o tempo meu cabelo cresceu, mas não sabíamos cuidar dele e não existiam tantos produtos como hoje. Por isso com 10 anos comecei a fazer selagem, e a partir daí foram inúmeras selagens, relaxamentos e progressivas que duraram 6 anos.
Eu sempre fui aquela pessoa que jurava que nunca ia querer ter o cabelo natural de volta, mas em novembro de 2018 esse pensamento começou a mudar. Eu estava muito insatisfeita com ele a ponto de nem cuidar direito eu cuidava, era um cabelo longo e muito elogiado por todos. Mas eu não aguentava mais perder tanto tempo no salão, sofrer com o cheiro de formol, coceira e o pior, não aguentava mais perder momentos de diversão pelo fato do meu cabelo não estar escovado ou ter medo de ir em uma cachoeira e ter que molhar o cabelo. Meu namorado Geremias é cacheado e vendo minha insatisfação, começou a me questionar se eu realmente não gostaria de conhecer meu cabelo natural e deixar de danificá-lo. Por algum tempo eu fui resistente, tinha medo do que os outros iram falar de mim.
Mas no dia 27 de janeiro de 2019 fiz minha última progressiva e no dia seguinte decidi fazer a transição capilar. Essa química foi tão traumatizante que me ajudou a aceitar meu cabelo natural. A partir disso tudo mudou, pois comecei a pesquisar sobre transição capilar e descobri que teria que cuidar dele, e largar o secador e a chapinha de vez. O ano de 2019 foi meu último ano no colégio, então tiveram muitas fotos e eventos. Para lidar com tudo isso sem fazer chapinha acabei descobrindo uma texturização de papel alumínio e com a ajuda da minha mãe deixava o meu cabelo como se estivesse natural todas as vezes que eu precisava. Inclusive no dia da minha formatura usei essa texturização! No dia 5 de abril de 2020 decidi que eu estava pronta para realizar meu big chop e com a ajuda da minha mãe o realizei. Foi uma sensação única, de liberdade e aceitação!
Através da minha transição capilar comecei a ajudar outras meninas, aprendi a lidar com críticas e opiniões alheias, tive uma experiência com Deus na qual consegui compreender o quanto Ele me ama e o melhor me conheci verdadeiramente. Hoje já faz 4 meses desde o meu BC e não sei explicar o quanto amadureci e o quanto tenho amado cada dia mais meu cabelo. Posso afirmar com toda certeza que transição capilar não é fácil, mas gosto de pensar nela como um curto período de tempo enquanto nosso cabelo natural é pra vida toda!