21 de outubro de 2020
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#VoltandoAosCachos: Milsilene Silva

Oi, genteee! No #VoltandoAosCachos de hoje, trouxe a história da Milsilene Silva de 18 anos e que mora em Nova Brasilândia/MT. Ela tem um perfil no Instagram se vocês quiserem acompanhar. Ela me contou sobre como começou a alisar o cabelo e como iniciou o processo de transição capilar, mesmo sem saber o que era, espero muito que ajude e inspire vocês! Se quiser mandar seu depoimento pra mim também, é só acessar essa página e seguir o passo a passo. 

Eu comecei a alisar o meu cabelo aos 9 anos. O motivo é o mesmo de muitas meninas: não sabia cuidar, não tinha conhecimentos sobre cabelo crespo/cacheado e alisar seria mais fácil, além disso, diziam que eu ficaria mais bonita. Às vezes alisava o cabelo no salão, mas na maior parte era em casa mesmo por ser mais barato e foi assim durante toda a minha pré adolescência. A partir do momento em que comecei a alisar o cabelo em casa a situação ficou ruim, pois meu cabelo já estava muito fraco depois de várias químicas como progressiva, relaxamento e outras, nisso ele foi ficando muito danificado e quebradiço.

Parei de alisar aos 15 anos, mas ainda não conhecia o termo “transição capilar” e só fui descobrir o que era depois de já ter iniciado. Conheci o canal da Ana Lídia e através dele eu conheci a transição capilar e tudo que eu sei sobre cabelo crespo/cacheado. Passei toda a minha transição com cabelo preso porque tinha vergonha das duas texturas e quando eu ia sair fazia chapinha, isso atrapalhou muito o crescimento e desenvolvimento do meu cabelo. 

Fiz o big chop com 11 meses de transição. Não sei porquê nem como decidi fazer, só fiz. Peguei a tesoura e cortei. Foi um alívio, porém não acabou ali. Não gostei do que vi no espelho e por isso coloquei tranças, as quais usei durante um mês e fui cuidando do meu cabelo. Depois passei a usar ele preso porque não me sentia segura com o cabelo curtinho.

Só fui sair de casa com o cabelo solto depois de 10 meses do big chop e foi a partir desse momento que comecei a me aceitar e aceitar meu cabelo da forma que ele é. Foi um processo muito difícil, estava na adolescência e ela é geralmente marcada por momentos intensos na escola, amigos, namorado, etc. E eu perdi um pouco disso, pois me prendi muito ao que as pessoas iam dizer a meu respeito e esqueci de viver o momento da transição, do meu bc e de curtir o pós bc. 

Foi um processo do qual eu não me arrependo nem um pouco! Houve muito aprendizado. Hoje já tem quase 3 anos desde que fiz o meu big chop, e o tempo passa rápido. Se você estiver com medo, não tenha! Pra mim foi muito necessário esse momento de aceitação do meu cabelo, que de alguma forma mudou muito a pessoa que eu sou. Passei a me amar mais, a ter autoestima e isso é muito significativo. Com meu cabelo eu aceitei ser a Milzi, uma jovem negra com os cabelos crespos que é linda e que se ama independente do que as pessoas dizem a seu respeito.

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