30 de julho de 2020
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#VoltandoAosCachos: Jaíne Souza

Oi, genteee! No #VoltandoAosCachos de hoje, trouxe a história da Jaíne Souza, de 18 anos e que mora em Brejões/BA. Ela tem um perfil no Instagram se vocês quiserem acompanhar. Ela me enviou sobre sua transição capilar, acredita que ela passou por esse processo mesmo sem conhecer!? Espero muito que inspire vocês a passarem pela transição também! Se quiser mandar seu depoimento pra mim, é só acessar essa página e seguir o passo a passo. 

Na infância não tive uma boa relação com meu cabelo. Queria que ele fosse liso e grande, o clássico de toda “bela” menina. Só usava preso porque o volume me incomodava muito. A primeira vez que pranchei foi uma felicidade sem tamanho, ver meu cabelo “balançando” era tudo que queria.

Diante da dificuldade de cuidar e do desejo de ter cabelo liso comecei a alisar bem cedo, com cerca de 11 anos. No início eu achava que iria apenas “domar” a raiz ou soltar os cachos. Nisso foi indo uma progressiva daqui, um botox dali e é claro que o resultado não foram “cachos soltos”. De pouco em pouco foi esticando. Mas, sempre que a raiz voltava a crescer eu passava a me odiar.

Acabei passando por uma transição em 2016 sem nem saber o que era. Como eu demorava para aplicar o produto químico a raiz ia crescendo rápido. Em uma dessas resolvi deixar crescer para ver como ficava, mas na época não tinha consciência de que se tratava de uma transição capilar. Apenas parei de passar produto e comecei a cuidar melhor dele… De pouco em pouco o liso foi dando lugar para os cachos. Não demorou muito para ele voltar ao natural, o processo levou cerca de 6/7 meses e nem precisei fazer BC.

Aprendi a cuidar, aceitar e amar meu crespo do jeito que ele é. O que me ajudou muito nessa aceitação foram as referências, porque é como dizem: Representatividade importa. Hoje sou apaixonada pelo meu cabelo, foi um processo muito importante na construção da minha autoestima.

Não se trata apenas de cabelo, não mesmo. A aceitação do meu cabelo crespo foi a porta de entrada para reconhecer e amar meus traços de mulher negra e entender que a beleza está na naturalidade de ser quem se é. A menina que se incomodava com o volume do cabelo, hoje não vive sem um pente garfo e um secador para jogar o volumão nas nuvens.

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